sábado, 3 de dezembro de 2011

Até Quando?

- Por que sangras?
- Porque ninguém sorri.
- Eu sorrio.
- Não é o suficiente.

Os espelhos virados ao contrário escondem os segredos do universo. As noites inspiram o pior de mim.
Tentei olhar para você essa noite, mas seus olhos me queimaram com o fogo da sua alma incendiada. Seu sorriso me deixa tonta, e seus dentes me mostram o caminho que eu não deveria seguir. A porta errada é aquela que as noites reservam para mim.
Sua respiração ofegante me faz transpirar, e eu já não consigo lidar com as invenções da sua mente do avesso. As máscaras caem constantemente no desconhecido, e, dentro do espelho, me pergunto quem é você.
O sangue no seu olhar é a resposta para as minhas infinitas questões, e as nuvens me chamam para deitar por um segundo. As noites gritam o desespero de controlar-me.
As cadeiras e as mesas estão viradas de cabeça para baixo, e ando pisando no céu, admirando a terra acima da lua. Aceita um chá essa noite?

- Por que choras?
- Porque ninguém acredita.
- Eu acredito.
- Não é o suficiente.

O planeta gira em torno das almas aleijadas da falta do sentir. Todos forjam as canções de amor. Todos querem um pedaço seu. O que vamos jantar essa noite?

- Por que sentes?
- Porque ninguém enxerga.
- Eu enxergo.
- Ainda não é o suficiente.

O velho clichê se instala na alma que se contorce em suas verdades inventadas. As interrogações controlam os que possuem os mesmos pontos finais. Já não sei viver no seu mundo, já não sei dizer que quero mais.
Todos se despedaçam ao me comer... a carne envenenada nunca há de pertencer. O que vamos vomitar essa noite?

- Por que repetes?
- Porque ninguém compreende.
- Você não compreende.
- É o suficiente.

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