sábado, 26 de fevereiro de 2011

Entrelinhas Para Você

Há muito quero lhe dizer
O que minha boca não deixa escapar
Sinto por deixar a espontaneidade de lado
Mas ao menos posso lhe escrever
Lhe mostrar o quanto eu sinto
O quanto eu sinto por você
E de tantas palavras belas
Essas não se completam por ele

Há pouco pensava que lhe causava sorrisos
Arrancaram minhas máscaras à força
Sangrei até não restar mais alma
Arranquei meus olhos para não ter
Não ter de ver você
Enchi meu coração de interrogações
De medo
Do medo que preenchia meus póros
Do medo de nunca mais te pertencer

Procurei a vida inteira por respostas
E foi despida que as encontrei
Em meio a fragilidade humana pude reconhecer
Desmascarada não tive de me esconder
De tão infestada de mundo
Deixei de ser eu para só ser

Lhe escrevo em meu desfarce de falso poeta
Me abro em minhas rimas fingidas
Tudo para esconder de todos
O que só quem deve entender é você
E ouvindo a nossa música
Sinto que lhe devo minhas palavras
E escancarrar minha alma
Para mostrar o sangue que escorre
Por partir seu coração
Sei que me deu seu perdão
Mas eu ainda não
Eu ao contrário fui mostrada
Não pertenço mais ao outro lado do espelho
Faço meu desejo assoprando as velas
E me despir agora é minha decisão
Para que você possa ver
O que de fato eu sinto por você
E em meio às suas interrogações
Lhe dou o ponto final
É claro que senti falta de você

Te Amo.

(Para você, é claro)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Nas Entrelinhas

Me perco olhando dentro de seus olhos. Sua pupila esconde segredos que estão ocultos em minha alma.
Me mostre o que sabe, me deixe entrar pelos seus póros e sugar o que ninguém deveria entender. Eu quero estar por dentro do que não se pode ver, estar por dentro de você.
Já não sei o que procuro, mas continuo firme em minha busca. Minhas respostas foram sussurradas pelo vento, e ainda refrescam minhas entranhas.
Disfarço com ficção a autobiografia. Todos aplaudem a criatividade fingida.
O gosto amargo do desespero se instala permanentemente em minha garganta.
Há muito quero gritar o alívio de saber, e a agonia de ser única. Há tanto tenho permissão para falar apenas na escuridão, cuspindo o que se considera esquizofrenia. Todos tão sábios de si, vazios do que de fato são.
Fiz meu juramento de sangue ao tentar vender-me ao mundo. A ingenuidade permitiu que seguisse caminhos escondidos nas sombras. Sonhei o que era real, vivi quando estava dormindo. Acordei quando estrangularam minha mente numa tentativa frustrante de me fazer dormir eternamente por mim mesma.
Não confunda verdades com metáforas poéticas. Não finja que existem outras interpretações para a direção que decidi rumar. Não diga que me sufoquei alegando livre arbítrio. E não minta que nasci para seguir.
Cortei o cordão antes de aprender a dar nós.