segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A Arte Implora

O vento sussurrou em meu ouvido
A cegueira não me deixou ouvir
A ligação eterna entre tudo e todos
O barro de nossos corpos
As almas podres infestadas
As mentes pulsantes manipuladas
E há tanto não mudo o repertório
Do coração que sofre a abstinência
De pertencer onde não pertence
De existir onde não há existência
O surto dos que vivem morrendo
Sangrando por não mais ser
Os olhos imploram por ajuda
As imagens imploram por seguidores
A carne implora por adubo
A arte implora por liberdade
O céu esqueceu de se despedir
A pressa de simplesmente querer ir
Admirando o papel que tira a vida
Rasgue enquanto há saída
Sofra o pacto de se vender
Liberte-se das emoções implantadas
Apenas viva o seu ser
O espírito preso às assinaturas
Há espera das escrituras
O sol se vai mais uma vez
A lua sempre está
A música que não tocou
O quadro que não se pintou
As nuvens se entregam: a arte implora por liberdade

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

LIBEREM A CONSCIÊNCIA

A quem eu estava tentando enganar?
As máscaras implantadas estão derretendo
O mundo ao contrário de cabeça pra baixo
Os espelhos quebrados em sete pedaços
A missão de estar em maioria
Já não quero pertencer
Já não quero ter de ver
Eu deveria estar calada
Mas programados também se rebelam
As árvores deixaram de respirar
As flores choram a extinção
Eu quero poder gritar
E em uníssono dizer NÃO
E em um pedido sincero
Eu sangraria: LIBEREM A CONSCIÊNCIA
A pureza se suja em minhas entranhas
A maldição de ser e estar
O coração parou de pulsar
A arte deixou de amar
Perdida na multidão
Sangro sozinha por não pertencer
A verdade sai da alma gritante
E em meio às palavras cuspidas
O terrível ato falho se faz
E ao pensar alma, se fez máquina
Ainda marionete dos fios invisíveis
Por meio de falsas emoções
Corte a ligação - as estrelas dizem adeus

domingo, 7 de agosto de 2011

Eu Não Disse Adeus

O espelho denuncia
Minha alma derretendo
Começo por onde não terminou
As palavras fogem do coração
E eu não disse adeus
O vento soprou
Em direção aos que aqui estão
Já não sei fazer parte
E já nem sei por onde começar
Presa à minha reputação
Quebrada em pedaços
Substâncias transformadas
E eu não disse adeus
O rosto escorrendo
A vergonha de se vender
Me dispo da matéria
Descalça me reconheço
Nada.
Já nem sei dizer
Não me espere
As flores sorriem diferente
O jardim disfarçado
Gravações felizes
A grande farsa
E eu não disse adeus
A alma quer explodir os restos
E eu já nem sei o que sou
E as máscaras se multiplicam
O espírito implora
E eu não disse adeus