sexta-feira, 21 de maio de 2010

Despir-me

Ando sumindo de mim mesma, agarrando-me pelos cabelos para que eu não fuja.
Minha cabeça está doendo e meus dedos explodindo.

Uma explosão vai acontecer, baby!
Oh yeah, uma explosão já está acontecendo.

Nunca fui de seguir as regras, as plaquinhas de aviso nunca foram problemas para mim. É, problemas para mim elas nunca foram. Pra mim não, obrigada.

Você se interessa por mim, baby. Você, você e você também. Todos loucos para despir-me de meus pensamentos. Minha alma está nua mas é claro que você não pode ver. Eu só fico nua quando me olho no espelho.
Existem falhas em meu vocabulário. Eu nunca fiz questão de aulas particulares, e ainda assim você vem aqui me despir.

Você está louco para me despir, baby.
Cada poro de seu corpo transpira para despir-me.

Você se pergunta porque é que se interessa tanto por mim, baby. Eu sempre fui sua sessão da tarde preferida: mais repetitiva do que A Lagoa Azul. Sou a rainha das contradições e vivo te deixando de cabeça pra baixo, mas ainda assim sou a sua dose preferida de veneno. Você é tão viciado em mim, baby.

Escrevo me mexendo como se estivesse me libertando, quem é que pode me entender? Só consigo escrever quando é Rock and Roll, baby. Só escrevo quando tudo é Rock and Roll.
Mexendo assim, me liberto. É assim que eu me liberto, baby. É assim, olha: assim que eu me liberto.

Misturo inspirações, faço da sua leitura um parque de diversões. Eu sou um parque de diversões, baby. Mas desculpa, é particular e só entra quem eu deixar. Por aqui, sou eu quem faz o serviço completo. Eu sempre fui o serviço completo. É, eu sempre fui o serviço completo. É, eu sempre fui de repetir.
De repetições em repetições, vou tentando te cansar, mas quanto mais você me lê, mais você quer me despir. Despir-me de meus pensamentos. Você está tão viciado em mim.

Tudo isso faz sentido em minha mente, baby. É, isso faz sentido também. É que tudo está sempre girando quando penso, mas é girando que o sentido desaparece e faz acontecer. Tudo faz sentido pra mim, baby; o sentido nunca existiu.

Meu mundo desaparece quanto as notas se vão. As melodias me movem e possuem meus dedos para que eles possam me despir. Você está me despindo, baby. Você está louco para me despir. Você sabe que eu nunca tive medo de falar.

Não escrevo "Era uma vez", não fui feita para estar dentro do molde. Nenhum molde me segura, baby. Nenhum molde me consome. Mas ainda assim você vem aqui para ler qual alma está falando.

Minhas almas repetem para dar ênfase, e nunca se tornam repetitivas. Mas eu ainda sou a rainha das repetições, a rainha das contradições. A rainha de nada.

Você sempre quer dar continuação ao que chegou ao fim, mas quando o ponto final parte de mim, não há retoque que segure. Eu sou o ponto final, baby. Eu sou o ponto final. É, sou eu quem diz quando termina.

Você está louco para me despir, baby.
Despir-me de meus pensamentos.