quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Brilha, brilha

Pregas nas saias rodadas, que giram e giram enquanto os olhos tonteiam com o balançar. Sorria para as nações: menina dos olhos, desde o ventre da sua mãe, você nasceu para brilhar. Cirande por entre as plantações, seus pés bailam como um só na luz. Brilha, brilha, luz do mundo - "Alô?" -, você foi chamada.
Apronte-se, e deleite-se nos ombros de quem te chama: o banquete já está pronto, a espera de corações que se comovam por além dos sapatinhos de cristais. Brilha, brilha, quero ver você brilhar. De estrelas caídas o mundo já transborda. Levanta-te, e anda.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

"Oi"

E esse coração,
que quase sem pulsar,
chiava com pesar,
o choro da manhã que não nasceu.
Olhando para o alto,
os olhos semicerrados:
a carne já não suporta a luz,
quando se entrega às trevas.
"Oi", ressoei.
O céu parou,
as trombetas soaram,
enquanto o vento,
E as nuvens,
Em uníssono, cantavam:
Bem-vinda.
Bem-me-quer, bem-me-quer.
A manhã do sol nasceu,
parindo o desabrochar das flores,
pássaros cantando,
borboletas a cirandar.
"Oi", ressoou-me de volta.
O dia que a terra dançou,
e o céu parou pra me abraçar.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Seus Olhos Castanhos

Esses olhos castanhos
Voam sem mim
Me estranham
Flutuam com os pés no chão
Em outro além
Em outro alguém
Que só diz não

Esse frágil coração que sofre calado
Oh, e sofre!
E canta!
E ama! (...)

Você já não é o que sonhei pra mim
As rosas já não são tão belas
E as violetas murcharam
Por que você faz assim?
Por que?
Por que esses olhos castanhos
Voam
E não sorriem pra mim?