quarta-feira, 4 de junho de 2014

Infâncias Esquecidas

Me pego olhando essas fotos nessas nostálgicas madrugadas quentes de mais um breve nascer do sol que logo também se despedirá. A vida de um coração reprimido e pulsante se desespera numa eterna busca por algum sentido que nos exploda de uma vez por todas em fogos de artifícios agradáveis de olhar – mas que se vão em um sopro qualquer de um vento cortante.

- Feche a porta e pare com essa ilusão de querer me fazer sonhar.

Faz tanto tempo que eu já nem sei o que senti. Meu peito se contorce em um choro perdido dentre os lençóis de uma infância esquecida. Nem só de cirandas sobrevive uma criança.
Minha alma grita nesse silêncio ensurdecedor. Abri a cova de uma história sepultada: vidas enterradas. Não se pode comprar a luz que adormece as trevas de um jardim secreto.

Eu convidei o céu para morar na minha terra...

terça-feira, 3 de junho de 2014

Faz tanto tempo

Às vezes me pego pensando
Que já faz tanto tempo
Que sai por aquela imensa porta
Sem olhar para trás.
Confesso que pensei no que já passou
E, às vezes, até pensei em desistir
Mas,
Olhando as nuvens,
E o sol,
E tudo o que foi criado,
E todos que me cercam e cercaram,
Já não escolho entre uma janela ou outra.
Um conto em cada canto,
Uma vida exposta em mais um pranto.
Canto a poesia criada da poeira,
E recito as canções inspiradas no coração.
Um pedaço do céu,
E outro do chão.
Eu recebi o dom de rabiscar papéis
Procurando por alguma maneira
De te fazer entender
Que a vida,
E o som,
E as cores,
Vão além dos bordéis,
Que prostituem a simplicidade,
De dormir. E de acordar.
Mas é que já faz tanto tempo,
Que sai por aquela imensa porta,
Sem olhar para trás.
Vejo meus pedaços no piso frio,
Pisados por pés que caminham
Com pressa,
Sem darem conta de que,
Bem,
Toda a terra grita pelo sangue derramado
Dos inocentes que choram a culpa
Que há muito deixou de existir.

Mas, já faz tanto tempo...