terça-feira, 3 de julho de 2012

Almas Distorcidas

A música triste condiciona meu peito, que, num grito de desespero, escreve fixamente a dor escrita por outros também embalados por outras tristes canções. O ciclo vicioso dos que ainda temem alguma forma de salvação.
Se deixe levar pelas sensações que se impregnam como tatuagens feitas no conceito da eternidade, que fixam a lembrança consciente, auto-modificada para se satisfazer perante suas lágrimas sublimadas pelos dentes à mostra – sorrisos.
O mundo sorri ao contrário, em reflexos sociais que se estabelecem no invisível, reproduzindo o que se foi ensinado: o avesso, do avesso. As pedras que choram sozinhas continuam no mesmo lugar, e, abaixo do mesmo sol e da mesma lua, se afirma a mudança de um novo mundo velho. A nova Era que não envelheceu; Se revela mudança o que ainda é, foi e há de ser.
Almas distorcidas, visões embaçadas. Vamos pedir piedade, Senhor, piedade pra essa gente careta e covarde. A arte dá a luz, interrogações impostas num desespero constante de se fazer pensar. Já não se sabe, e já não sei se sei...


Vem comigo, depois te explico.

Almas e Maçãs


Olhem só para ela, presa dentro do espelho, seus olhos do avesso gritam silenciosamente o desespero de pertencer. Sem que ninguém a toque, seu corpo se contorce em um movimento de dor: depressão é a doença do século. Diagnósticos anotados em suas cadernetas, em quatro paredes nada se diz. O sangue escorre do seu pulso em tentativas frustrantes de se fazer sonhar, e o vento ecoa o silêncio de quem se cala. Cacos de vidro espalhados pelo chão. Limpe essa sujeira. Ecoa o mundo em silêncio, cantando em uníssono a mesma canção.
Me cansei dos parágrafos e das pausas. O que há de se pontuar diante da desesperança vomitada numa tentativa constante de continuar? O céu chove o choro dos que dançam sem par. Chove chuva, chove sem parar.
Viagem no tempo. Nada é real. O sangue escorre na taça que se bebe ao contrário. Almas mortas presas em carne eterna. O sentido se encontra nas entrelinhas constantes de quem sublima a loucura na tentativa de se fazer arte. Arte viva, arte real. Já não sei quem sou ou para onde vou. Nas vitrines, almas em liquidação. Quer pagar quanto? Brilho eterno de uma mente lotada de lembranças. Você não vê?
Espelhos quebrados. Corpos despedaçados. Marionetes ao contrário. Cadê eu, e cadê você? Almas em promoção. Quem gosta de maçã irá gostar de todas porque todas são iguais. Quer pagar quanto?