domingo, 18 de setembro de 2011

A Realidade

(O texto a seguir foi escrito em plenos 17 anos, e foi postado em meu antigo blog, há 3 anos atrás. Vou postá-lo aqui para que não o perca. Ignore a ingenuidade de certas palavras).
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O armário, grande e escuro, me chamou a atenção. Desconfigurada que sou, entrei dentro dele.
Olhei para os lados e não vi nada que o diferenciasse de um armário comum. Mas então, cuspindo meu ectoplasma, ouvi uma voz que dizia "Veja além".

Segundo a ciência, meus batimentos cardíacos deveriam se acelerar. Mas do contrário, meu coração parou.
"Viagem astral apodrece a carne", pensei.

Seguindo o sussurro, compreendi.
"Espera aí! Essa porta não estava do outro lado?"
A voz se calou.

Sem pulsamentos, comecei a ofegar. Seria isso possível?
Imagens se passavam rapidamente em minha mente, como mensagens subliminares.
Estava tudo tão de trás para frente.

Um espelho. Me vi.
"Ei, minha pinta não é do lado esquerdo?"
Isso já está ficando muito esquisito.

Apnéia. Abri os olhos, sufocada.
Toquei em meu piercing. Ele estava exatamente no lugar em que deveria estar: no lado esquerdo.

Fechei os olhos e lá estava eu dentro do armário novamente.
Cansei. Abri a porta. Saí do armário.
Estava dentro do armário de novo.
Abri a porta e saí do armário mais uma vez.
Estava dentro do armário. De novo.

"Estou ficando louca?"

O despertador tocou. Meus olhos já estavam abertos.
Olhei para os lados e percebi que estava dentro de um... Armário.

Ah. Entendi.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

As Entrelinhas

Eu já não sei te deixar, e o futuro acontece todos os dias no passado. Já não me importo com os sorrisos forçados, e o vento sussurra a mentira em minha janela fechada.
Abra a janela, e deixe entrar.
Vá embora.

Me assista queimar na fogueira da sua consciência. O contrário se escreve com o puro sangue daqueles que a verdade libertou. A cova dos que sempre serão, sepultados na terra que se aduba coloquialmente pelos espinhos das rosas.

O veneno desce docemente nas entranhas dos que sangram. A mentira gira como a roda-gigante, e o grito do silêncio movimenta os que ainda hão de ser.

Se as palavras fossem inventadas, a arte diria adeus.
O medo dos que seguem em frente.
A busca dos que caçam a mente.

A arte diria adeus, se as palavras fossem inventadas.
As entrelinhas brilham como o sol que clareia a noite sombria.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ela Jurou

Sufocada por esse instantâneo sentimento
Quem sou eu para duvidar?
Os caminhos também se multiplicam assim
As longas estradas cuspidas em mim
As flores choram estúpidas escolhas
Colhendo o sol que nasce da terra
Engolindo o espinho que sofre a dúvida
Os pontos não se diferem mais
As mesmas respostas para o jovem rapaz
O beco sem saída tem fim
Quem há de duvidar de mim?
As rimas prontas para acusar
A arte que se faz sem amar

Ela jurou
A palavra preferida da eterna contradição
O paradoxo dos que se foram e ainda estão
Oh, ela jurou que não

Gira, gira, gira
A roda feita para exaltar
Os cabelos se entrelaçam
Nesse laço desfeito
Que faz o espírito gritar
Memórias corrompidas
Sorrisos quebrados
Lembranças produzidas
Pecados, pecados

O fogo traduz o silêncio
Dos que ardem sem queimar
Dos que calam ao falar
Dos que vivem sem amar

O céu respira mais uma vez
A verdade se transforma
A mentira sorriu novamente
A palavra preferida da eterna contradição
O paradoxo dos que se foram e ainda estão

Ela jurou
Oh, ela jurou que não

Rápido Desabafo

E o coração fala por intervenção divina. Não procure sem sentir, as respostas esperam pelo eterno amanhã. Oh, se ao menos pudesse dizer o que sei, o sol poderia se despedir das frias manhãs inventadas. Se ao menos pudesse...

Há muito não grito a alma que corrói os segundos falsamente calculados.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Uma Eterna Canção

Deixe o espírito respirar, e a alma dizer adeus. Os anjos choram as asas cortadas, as flores morrem de solidão. E naquela esquina se encontra a paz: caídos no chão, sorrindo para o céu. As estrelas brilham uma eterna canção.