quinta-feira, 15 de setembro de 2011

As Entrelinhas

Eu já não sei te deixar, e o futuro acontece todos os dias no passado. Já não me importo com os sorrisos forçados, e o vento sussurra a mentira em minha janela fechada.
Abra a janela, e deixe entrar.
Vá embora.

Me assista queimar na fogueira da sua consciência. O contrário se escreve com o puro sangue daqueles que a verdade libertou. A cova dos que sempre serão, sepultados na terra que se aduba coloquialmente pelos espinhos das rosas.

O veneno desce docemente nas entranhas dos que sangram. A mentira gira como a roda-gigante, e o grito do silêncio movimenta os que ainda hão de ser.

Se as palavras fossem inventadas, a arte diria adeus.
O medo dos que seguem em frente.
A busca dos que caçam a mente.

A arte diria adeus, se as palavras fossem inventadas.
As entrelinhas brilham como o sol que clareia a noite sombria.

Um comentário:

  1. A arte diria tantas coisas se as palavras fossem inventadas, porém nas entrelinhas desses inventos escritos não haveria Sol que fizesse clarear algum broto de sentido. Dessa forma, o grito do silêncio diz muito mais do que qualquer dito e, de fato, movimenta e constrói as bases dos que ainda hão de ser, sejam eles seres, objetos, sentimentos, versos ou afins...

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