sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A Grande Minoria

Há pouco que espero
Dois mil anos se passaram
Eu ainda estou aqui
O tempo não existe
O ponteiro do relógio anda ao contrário

As visões te tomam de mim
Forço para o grito sair
A terra em minhas unhas denunciam por onde andei
Esperando pelo grande dia chegar

A batalha continua
Eu sinto o que não quero enxergar
A verdade se transformou
A mentira te congelou

Tenho as entrelinhas para me entregar
Ninguém te dirá o que sei
Me devora...
O mundo sussurra meu nome
É carne
É sangue
Por hoje não fecho meus olhos

Minhas mãos se unem
As marcas no joelho me confessam
Te quero em mim
A podridão não me impede de pertencer
A excessão sou eu
A grande minoria
144.000 eu sou

Quem é você que não sabe ser?
Te guiam por cordões
Em transe só se diz "Sim"
O oco te tira a alma
Te faz refém de sua própria cegueira
Quem é você que só sabe crer?
O mundo é quem te diz
Sim

Por hoje não fecho meus olhos
Espero por você
Em transe só se diz "Sim"
Abra a porta
A hora é agora

Sim...

domingo, 23 de janeiro de 2011

O Veneno

Aqui estamos nós
Olhe nos meus olhos e sinta o medo de não acreditar
As rosas estão sangrando, penduradas ao contrário
O espinho me corta o dedo e faz o sangue jorrar no cálice da vida que ainda está por vir
Acenda as velas
Me beba
Me suga
Morra
Por capítulos a história continua sendo escrita
Branco. Preto. Vermelho.
Até onde vai o fim?
Meus olhos não acompanham a direção dos seus olhos
Minha alma já pertence
Deitada no jardim consigo olhar o sol sorrindo para mim
Queimando...
O céu sorriu em mim
Presa na teia a qual me encontrava, sufocada por meus próprios delírios
Eu sorri de volta

Minhas veias não são a salvação
Não pertencem
Sufocam
Eu sou o veneno dentro de suas entranhas

E o céu sorriu em mim
Ao acordar de uma batalha
Eu sorri de volta

Até onde vai o fim?

domingo, 2 de janeiro de 2011

A Dor da Arte

Tentando me encontrar dia após dia
Vivo me desencontrando
Sempre repetindo o que já está padronizado
Tudo decidido
Tudo julgado
Nunca por mim
Nunca por você

Quero rasgar minhas entranhas
Me fazer sofrer
O sofrimento que te leva para longe de mim
Longe do sacrifício de me olhar
De te olhar

Meu coração quer gritar o desespero de pertencer
No dedo anelar as lágrimas encantam
O vazio continua a preencher

Te uso por inspiração
Te quero por inteiro
Minha maior humilhação
Me entrego só pelo meio

Da tragédia faço arte
E assim vou vivendo
Nessa minha carne humana
Infestada desse mundão
E faço da dor
Meu pão