terça-feira, 25 de março de 2014

Enganoso Coração

Coração vaidoso. Quantos elogios serão necessários para saciar a tua fome até a próxima produção fotográfica? Doce ilusão que só amarga a alma.
Alma minha, o que tanto esperas do que se vê? Os livros não devem ser julgados pelas capas – você bem sabe.
Às vezes, com os braços abertos, rodopio em silêncio, apenas para não ter de pensar. Mas quão enganoso é o coração do homem!
Coração orgulhoso. De quanto tempo ainda precisa para se desnudar de sua medíocre reputação? Mundano mundo que corroeu as minhas vestes; pobre de mim que, às vezes, ainda insisto em me agarrar nos tecidos imundos de um passado não tão distante assim.
Olho para os pássaros e para as nuvens, e não faz sentido. Doce ilusão que só azeda a alma. Tudo é mais. Mais. Mais. Mais.

Tirem as taças das caixas de papelão: brindamos a morte! - ansiando pela eternidade. Espíritos imortais que se vão em um sopro qualquer. De pó em pó, do pó ao pó. Nossos restos entopem os bueiros das esquinas.

Nos deram espelhos e vimos um mundo doente. Tentei chorar – e consegui.