Tentando me encontrar dia após dia
Vivo me desencontrando
Sempre repetindo o que já está padronizado
Tudo decidido
Tudo julgado
Nunca por mim
Nunca por você
Quero rasgar minhas entranhas
Me fazer sofrer
O sofrimento que te leva para longe de mim
Longe do sacrifício de me olhar
De te olhar
Meu coração quer gritar o desespero de pertencer
No dedo anelar as lágrimas encantam
O vazio continua a preencher
Te uso por inspiração
Te quero por inteiro
Minha maior humilhação
Me entrego só pelo meio
Da tragédia faço arte
E assim vou vivendo
Nessa minha carne humana
Infestada desse mundão
E faço da dor
Meu pão
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