(O texto a seguir foi escrito em plenos 17 anos, e foi postado em meu antigo blog, há 3 anos atrás. Vou postá-lo aqui para que não o perca. Ignore a ingenuidade de certas palavras).
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O armário, grande e escuro, me chamou a atenção. Desconfigurada que sou, entrei dentro dele.
Olhei para os lados e não vi nada que o diferenciasse de um armário comum. Mas então, cuspindo meu ectoplasma, ouvi uma voz que dizia "Veja além".
Segundo a ciência, meus batimentos cardíacos deveriam se acelerar. Mas do contrário, meu coração parou.
"Viagem astral apodrece a carne", pensei.
Seguindo o sussurro, compreendi.
"Espera aí! Essa porta não estava do outro lado?"
A voz se calou.
Sem pulsamentos, comecei a ofegar. Seria isso possível?
Imagens se passavam rapidamente em minha mente, como mensagens subliminares.
Estava tudo tão de trás para frente.
Um espelho. Me vi.
"Ei, minha pinta não é do lado esquerdo?"
Isso já está ficando muito esquisito.
Apnéia. Abri os olhos, sufocada.
Toquei em meu piercing. Ele estava exatamente no lugar em que deveria estar: no lado esquerdo.
Fechei os olhos e lá estava eu dentro do armário novamente.
Cansei. Abri a porta. Saí do armário.
Estava dentro do armário de novo.
Abri a porta e saí do armário mais uma vez.
Estava dentro do armário. De novo.
"Estou ficando louca?"
O despertador tocou. Meus olhos já estavam abertos.
Olhei para os lados e percebi que estava dentro de um... Armário.
Ah. Entendi.
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