terça-feira, 3 de junho de 2014

Faz tanto tempo

Às vezes me pego pensando
Que já faz tanto tempo
Que sai por aquela imensa porta
Sem olhar para trás.
Confesso que pensei no que já passou
E, às vezes, até pensei em desistir
Mas,
Olhando as nuvens,
E o sol,
E tudo o que foi criado,
E todos que me cercam e cercaram,
Já não escolho entre uma janela ou outra.
Um conto em cada canto,
Uma vida exposta em mais um pranto.
Canto a poesia criada da poeira,
E recito as canções inspiradas no coração.
Um pedaço do céu,
E outro do chão.
Eu recebi o dom de rabiscar papéis
Procurando por alguma maneira
De te fazer entender
Que a vida,
E o som,
E as cores,
Vão além dos bordéis,
Que prostituem a simplicidade,
De dormir. E de acordar.
Mas é que já faz tanto tempo,
Que sai por aquela imensa porta,
Sem olhar para trás.
Vejo meus pedaços no piso frio,
Pisados por pés que caminham
Com pressa,
Sem darem conta de que,
Bem,
Toda a terra grita pelo sangue derramado
Dos inocentes que choram a culpa
Que há muito deixou de existir.

Mas, já faz tanto tempo...

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