Coração vaidoso. Quantos elogios serão necessários para
saciar a tua fome até a próxima produção fotográfica? Doce ilusão que só amarga
a alma.
Alma minha, o que tanto esperas do que se vê? Os livros não
devem ser julgados pelas capas – você bem sabe.
Às vezes, com os braços abertos, rodopio em silêncio, apenas
para não ter de pensar. Mas quão enganoso é o coração do homem!
Coração orgulhoso. De quanto tempo ainda precisa para se
desnudar de sua medíocre reputação? Mundano mundo que corroeu as minhas vestes;
pobre de mim que, às vezes, ainda insisto em me agarrar nos tecidos imundos de
um passado não tão distante assim.
Olho para os pássaros e para as nuvens, e não faz sentido. Doce
ilusão que só azeda a alma. Tudo é mais. Mais. Mais. Mais.
Tirem as taças das caixas de papelão: brindamos a morte! - ansiando
pela eternidade. Espíritos imortais que se vão em um sopro qualquer. De pó em pó,
do pó ao pó. Nossos restos entopem os bueiros das esquinas.
Nos deram espelhos e vimos um mundo doente. Tentei chorar –
e consegui.